terça-feira, dezembro 27

Seja bem-vindo ao voo n.º 358192 com destino às informações idiotas


Viajar de avião pode ser uma experiência enriquecedora… ou não. Aliás, viajar de avião levanta um conjunto de questões absurdas a primeira das quais prende-se com o tema da segurança: por que razão existe o oxigénio e coletes salva vidas num avião? Será que alguém já ouviu nas notícias algo do género…” um avião despenhou-se hoje nas montanhas geladas da Rússia, todas as 115 pessoas morreram… perdão… acabámos de receber a informação de que morreram 113 pessoas, duas sobreviveram porque tiveram tempo para colocar o colete e a máscara de oxigénio resistindo assim à queda.”
E por que razão o piloto tem o hábito de informar qual a temperatura no exterior do avião? Será que é melhor dizer o tempo não vá alguém abrir a janela! Ora um voo com informações realmente úteis ou, pelo menos, mais animado seria assim qualquer coisa deste género:
“Seja muito bem-vindo ao voo n.º 358192, vou ser o vosso piloto hoje e desejo desde já um Bom Ano Novo, quem quiser pode vir à cabine, temos wiskey… ou pelo menos o que resta da garrafa. Não se preocupem porque já da última vez, apesar de ter adormecido ninguém morreu…ou melhor… morreram… mas ninguém morreu… porque era num simulador de voo e depois clicaram no reset e ficou tudo bem… portanto se alguma coisa correr mal… o importante é eu carregar no reset e ficamos todos finos? Ah…as hospedeiras de hoje são a Andreia e a Natasha, com larga experiência em atendimentos de clientes e em aviões… sobretudo no Avião, aquela casa de strip-tease ao pé do aeroporto…. he he he he. Ora bem… estamos neste momento a 5 mil pés…ou será 15 mil? Bem… estamos no ar, a sobrevoar um pedaço de terra qualquer e, se olhar, para a asa esquerda vai poder ver uma enorme labareda e muito fumo preto o que indica que o motor, provavelmente, acabou de explodir, não obstante… o efeito é bonito. Mas está tudo controlado, ainda temos mais outro e, em último caso, temos sempre os coletes e as máscaras de oxigénio… portanto estamos em perfeita segurança. Tenha um bom voo.”

Aos meus cinco... vá lá.... seis leitores boas entradas e até para o ano, porque vou passar a meia noite ao estrangeiro. Vou... mas volto... para infelicidade de muitos! Até dia 1.

segunda-feira, dezembro 26

Jogo das Estrelas contra a pobreza (Entrevista exlusiva)

Realizou-se na passada quinta-feira o jogo das estrelas contra a pobreza… a pobreza ganhou com quatro golos sem resposta, com os tentos a serem apontados por Pobretão do Brasil, Mantumbé Semguito, de Angola, Amhari Passafomi, da Etiópia, e Arlindo Gomes de Portugal. Foi exactamente à porta da sua barraca que Arlindo Gomes falou com o nosso blog sobre esta experiência sem igual:
Jornalista- Arlindo Gomes, parabéns pela vitória, qual foi a sensação de estar frente às melhores estrelas do mundo?
Arlindo- Olhe foi muito bom, até porque eu não conhecia nenhum deles, nem nunca os tinha visto mais gordos… ou mais magrinhos assim como eu!
Jornalista- Já os conhecia certamente da televisão…
Arlindo- D’onde?
Jornalista - Da televisão…
Arlindo- Ah… aquela coisa quadrada com imagens? Já não vejo uma desde mil nove e oitenta e cinco quando fui despedido da Martelos e Pneumáticos S.A.
Jornalista - É exactamente pelo facto de estar desempregado e assim na pobreza que o levou a ser chamado a esta equipa. Como é que consegue?
Arlindo- Realmente isto é preciso ter muita força de vontade… ou melhor… pouca força de vontade para procurar trabalho, somar dividas por tudo o que é sitio, comprar com muitos cartões de crédito e é preciso passar muita fominha também. Mas graças a Deus e com a ajuda da minha mulher temos conseguido tudo isso, porque apesar de termos cinco filhos ela está grávida agora de quatro e isso vai aumentar muito as despesas.
Jornalista - Mas há cerca de dois anos esteve quase para ser castigado pela Comissão de Jogadores Sem Um Tusto. O que se passou?
Arlindo- Nem queira saber!!! Tive o azar de me sair o Euromilhões, queriam dar-me o prémio, e eu dizia “não ganhei nada, não ganhei nada!” e eles “ah ganhou, ganhou está rico”,e eu pensei “Arlindo tu queres fazer parte da maior selecção do mundo ou ter dinheiro?” e pronto, comi o cartão, o recibo e o boletim e até deu jeito porque assim já nem precisei de almoçar.
Jornalista - Curiosamente, em 2004, também se realizou em Portugal o europeu dos pobres e foi aí que foi seleccionado para este jogo…
Arlindo- Enquanto se jogava o Euro, nós jogávamos, ali na lixeira, o Sem Euros, onde fui eleito o jogador mais pobre da Europa.
Jornalista- Trouxe um prémio do jogo contra as estrelas que certamente vai guardar?
Arlindo- É verdade, deram-me esta bota rota e com a sola gasta, mas não a devo guardar.
Jornalista- Não?
Arlindo- Não, vamos aproveitar, juntar a uns atacadores que encontrei ali e fazer um belo ensopado.

sábado, dezembro 24

Considerações sobre um fetiche muito particular… parte II

Depois do sucesso de considerações sobre um fetiche muito particular eis que surge aqui a continuação, que, como a maior parte das sequelas, é uma mer**…, neste caso, literalmente. Depois de todas as considerações sobre gases senti a necessidade de abordar um tema mais consistente… mais duro. Ora e nada melhor do que começar com uma grande questão: porque razão a maior parte das pessoas olha para o fundo da sanita depois de … como dizer… libertarem o Mandela?
Será que estão à espera de encontrar outra coisa qualquer que não um imenso torcido? “Deixa cá ver se consegui obrar uma playstation II? Oh… chiça… ainda não foi desta!” Acredito, no entanto, que os homens têm uma outra razão para olharem para a sanita, muitas vezes, até com um ar de orgulho. É que as horas de aflição que muitos gajos passam na casa de banho é a experiência mais próxima que vão ter de dar à luz. Logo, é normal que muitos olhem depois com vaidade para o seu monte como se fosse o próprio filho. Acredito que há quem lhe dê mesmo um nome e quem tenha ainda o desejo de o embalar, dar uns beijos e até de brincar com ele. E ainda há quem diga que só as mulheres têm relógio biológico… mentira! O meu toca todos os dias depois de almoço… hum… era escusado dizer isto.
Quantos às mulheres, acredito que também tenham prazer na hora de obrar, mas aqui levanta-se uma outra questão: Se têm prazer nesse momento, porquê tanta renitência na hora do sexo anal? O processo é inverso mas, quase, o mesmo: ”inspira… expira… custa um pouco… pronto… já está!”
Há também quem faça do momento de ir à casa de banho uma verdadeira maratona, quase como se de um período de hibernação se tratasse. Há relatos de pessoas que desapareceram durante anos depois de terem dito “vou só ali à casa de banho e já venho”.
Outros não desaparecem, mas aproveitam o momento para ler obras como Os Maias, todos os volumes da Enciclopédia Luso-Brasileira ou para terem as ideias que dão origem à maior parte das leis nacionais e orçamentos de Estado. E há ainda quem passe tanto tempo sentado na sanita que as bordas do rabo já têm a forma do tampo. Essas são pessoas que podem dar um novo sentido à lei da evolução de Darwin, já que as suas futuras gerações correm o risco de nascerem com um rabo em forma de tampo de sanita da Valadares… o que facilitaria as coisas a bem da verdade. Estaremos assim a dar mais um passo na evolução rumo ao novo Tampo Sapiens.

quarta-feira, dezembro 21

Dicionário de expressões de Gabriel Alves

Ora bem, no outro dia perdi algum tempo a ouvir os comentários de Gabriel Alves num jogo da selecção. O objectivo era claro: fazer uma recolha selectiva de expressões sublimes para organizar uma espécie de dicionário. Devo dizer que não foram precisos mais de dois minutos e 45 segundos para congregar um conjunto de expressões que já dão muito que pensar.
Comecemos então pelo box-to-box. Ora sendo box a palavra inglesa para caixa, leva a crer que um jogador box-to-box será alguém capaz de empilhar vários caixotes e, nessa acção, Liedson assume-se como um típico jogador box-to-box, já que antes de tornar-se fuebolista era arrumador de prateleiras no Brasil. E foi nas horas em que arrumava as prateleiras, já com o hiper mercado fechado, que Liedson treinava as suas famosas quedas. Era na secção de charcutaria onde o avançado pegava numa perna de presunto colocava-a no chão e corria desenfreado simulando ter sido derrubado. Esta é uma expressão que não se deve confundir com “botox-to-botox”, esse é um campo que apenas Lili Caneças domina.

Culto Tacticamente- Aqui está uma palavra que muitos jogadores desconhecem… culto. Ora um jogador culto tacticamente assume-se como um atleta que utiliza tácticas para parecer culto. Um jogador que usa determinadas frases chave para evitar dizer uma asneira maior. Do género: “sr. avançado este foi um jogo épico frente a uma defesa quase exímia…”, e ele responde, “fiz o que o mister pediu e o importante é nunca perder a força”, claro que depois corre o risco de aplicar as mesmas expressões de modo desenfreado: “ Sr. avançado, como reage às acusações de violação da jovem de 15 anos?”… “fiz o que o mister pediu e o importante é nunca perder a força”.

Futebol Vertical- Esta não deixa dúvidas, pratica futebol vertical quem conseguir ir de uma baliza à outra só dando toques com a cabeça. Há quem o consiga, mas está no circo Chen e dá pelo nome de Bety, a foca amestrada. Pode vê-la agora no Natal, numa tenda perto de si.

Ataque com três homens bem largos na frente- A equipa que utiliza três homens bem largos na frente, só pode ser constituída por três sósias masculinos da Valentina Torres. Uma linha avançada de peso, que causa muitos problemas ao adversário sobretudo ao fazerem oscilar as placas tectónicas por cada passo que dão provocando assim pequenos sismos.

Deco… a abrir o livro- Ora, quando um jogador abre o livro significa que acaba de apresentar a sua autobiografia, já que esse é, provavelmente, o único livro que alguma vez vai abrir. Esse… e o livro de cheques. Resta saber qual foi o livro que Deco abriu, mas presume-se que terá sido a segunda hipótese, já tem menos letras para ler.


Figo… fome de golo- Se há coisa que os jogadores têm é fome de golo... uns mais do que outros. No caso de Figo, é uma fome saciada de tempos a tempos, como quem faz uma dieta mediterrânica, no caso de Figo, mais transalpina. No caso de outros, como Pinilla, não é fome, mas sim desespero. Aliás, o chileno é já visto como aqueles miúdos da Etiópia que, ainda assim, com apenas uma bolacha Maria no estômago eram capazes de marcar mais tentos que o avançado que agora saiu do Sporting para ir matar a fome noutras paragens.

Ricardo… quando foi preciso respondeu que sim- Aqui está um grande mistério. Quando foi preciso, Ricardo respondeu que sim. Respondeu “sim deixo entrar porque sei que vou sempre à selecção?”, ou, “sim, deixo entrar porque, de repente, fiquei com os pés pregados no chão?".

Jogadores a fazerem endosso- Talvez uma das expressões mais estranhas saídas da boca do grande Gabi. Segundo o dicionário, o endosso é uma declaração escrita no verso da letra ou num título de crédito, com a qual se endossa a letra ou o título.Ora isto quer dizer, para quem percebeu a explicação, que os jogadores que fazem endosso certamente entregam uma declaração para se certificarem que marcaram um golo ou que sofreram uma falta, para que assim não restem dúvidas, nem para os comentadores:

“Pelas imagens da televisão parece-me que foi autogolo. Um momento... bem acaba de chegar à nossa redacção um documento assinado pelo avançado que certifica que foi ele mesmo que marcou… está assim esclarecido… não foi autogolo”

segunda-feira, dezembro 19

O segredo culinário dos coscorões


Chegado o Natal, chegou também a altura de desvendar um dos segredos mais bem guardados da história dos doces desta bela quadra. Afinal, de onde vem o sabor da massa dos coscorões? Reza a história, que este é um doce trazido pela primeira chinesa que abriu uma loja em Portugal, curiosamente, no Samouco e de seu nome Oriente da China.
Ora a senhora Ping, cujo o último nome era Pong, estava na cozinha a preparar um novo doce até que foi interpelada pelo seu ajudante, Chu Lé.
- Sinola Ping como mexe massa?
- Ah, Chu!
- Santinho sinola!
- Não… ah Chu quando tu aplende! Tu tem de mexe-le com a corere!
- Sinola Ping posso mexele com corere de pilástico?
- Ah… Chu não mexele com corere de pilástico… istraga massa!
- Sinola Ping posso mexele então com corere de pau?
- Ah… Chu seu bulo!
- Não sou bulo sinola, meu signo é macaco… mas minha mãe dize-le que paleço um paraço do cilco Chen, di meu plimo. Conhece Chen… meu plimo?
- Cala a boca! Não mexele com corere de pau… istraga massa, não é higiénico!
- Ah, corere de pirástico istraga massa, corere de pau istraga massa… semple a mesma coisa…sinola mexo com o quê?
- Pola… mexe cos’corões!

E… pronto… Chu Lé assim o fez e assim se mantém o segredo de um dos mais saborosos doces de Natal! Achei que era importante contar isto… e que este seja um Natal cheio de coscorões… para quem quiser… ou gostar.

quinta-feira, dezembro 15

Sketch n.º 35, take 1: O homem que fala… entre intervalos

Boa tarde, comigo está o homem que fala entre intervalos e que vem contar como foi assaltado.
- Boa tarde, como se chama?
-Bem chamo-me António, mas também me pode chamar Alberto… são dois nomes que ficam entre o meu primeiro… e o ultimo… olhe é como quiser!
-E quantos anos tem?
- Tenho entre 25 e 28.
-Mas ninguém tem essa idade! Isso não é nada!!!
- Tem razão, as pessoas geralmente dizem que pareço mais velho, entre os 30 e os 33.
- Ok… isso também não interessa… então mas afinal o que é que aconteceu?
- É muito fácil de explicar. Estava eu entre o Porto e Lisboa e…
- Entre o Porto e Lisboa?!?
- Ai, cabeça a minha, estava entre Aveiro e a Pontinha, entre o Porto e Lisboa foi a seguir quando fui a casa da minha avó…ou tio. Mas continuando… depois vem um assim um gajo entre o mal-encarado e o bem vestido e disse-me assim…”pá, passa para cá a carteira… ou o relógio...senão dou-te uma facada com esta faca de mato… ou canivete”.
- Mas afinal era uma faca de mato ou um canivete?
- Não sei muito bem, qual é a diferença?
- A faca de mato tem uma lamina muito maior…
- Ah, então devia ser um canivete porque a lâmina tinha entre 10 e 50 centímetros. Mas depois eu disse-lhe… “olha lá, tu daqui só levas um murro… ou um pontapé… e foi o que aconteceu”
- Deu-lhe um murro ou um pontapé?
- Nem uma coisa, nem outra… comecei assim entre o andar e o correr e olhe só parei lá para os lados de Coimbra e Barreiro. Depois fui à polícia, contei-lhes tudo como lhe contei aqui… tintim por tintim… e eles disseram que não me podiam ajudar porque o local onde ocorreu era muito impreciso!!!
- Pois é normal…ninguém actua entre Aveiro e a Pontinha!
- Sim… foi o que eles disseram, que o máximo que cobrem é entre o Amadora e Beja!

segunda-feira, dezembro 12

Considerações sobre um fetiche muito particular…


Vamos ao que interessa: já toda a gente o fez ou já conheceu alguém que o fez ou já ouviu falar de alguém que conheceu alguém que o fez… ou já conheceu alguém que ouviu falar que conheceu alguém que já o fez… ou já… pronto… vamos ao que interessa.
TODOS JÁ DEMOS UMA BUFA NA CAMA PARA DEPOIS SNIFÁ-LA! Ok, é o momento de fraqueza, aceita-se, o problema são depois os que continuam a fazê-lo e quais as razões? Será que estão à espera que um dia cheire bem?
- Hum deixa cá dar uma bufa a ver se cheira a framboesa…prrfrrrrrrrrfrrrrrrrr… cof… cof… cof… não… continua a cheirar a mer**. Bem, logo tento amanhã!
O mais engraçado é que entre um casal se o homem dá uma bufa é um porco, mas se é a mulher a fazê-lo solta logo uma gargalhada envergonhada porque é giro. Quer isto dizer que a bufa da vizinha é sempre melhor do que a minha.
Quem cheira a sua bufa todos os dias está com um sério caso de dependência, que pode tornar-se insustentável. Porque depois o nosso cheiro deixa de ter efeito, já não causa aquelas náuseas, continuamos a querer sempre mais e depois só paramos nos trealers, os traficantes de traques.

-Então? Tens algo para mim?
- Queres uma dose de heroína? Ecstasy? Coca?
- Não… não… quero… AQUILO!!!
-Oh meu amigo, estou a ver que é um verdadeiro apreciador de material de primeira! Tenho aqui uma dose, colhida agora em lata, depois de uma bela sopa de cozido, feijoada e arroz doce. Mas cuidado, não snifes tudo de uma vez, porque dá uma valente moca.

É triste ver as pessoas assim, porque depois de tanto snifo ficam com uma cor amarelada e elas próprias ganham um odor particular, deixam de conviver com os amigos, com a família, passam horas na cama, debaixo de lençóis também eles já rotos de tanto uso. Começam a partilhar bufas com desconhecidos e depois vêm outras doenças. Há relatos de pessoas que perderam totalmente o olfacto após partilha de bufas. E é preciso curar tal maleita. Sorte que para muitos há a chamada Nádega Amiga, uma associação que tem recuperado cada vez mais dependentes com um tratamento revolucionário à base de muitos desodorizantes. Mas é preciso força de vontade! Se estás aflito amigo, contacta já a Nádega Amiga para 23 4568953 ou então por SMS para 1202 com a palavra BUFA (espaço) nome e morada.

quinta-feira, dezembro 8

Grande revelação…afinal quem é o Tó do Samouco?

Quatro meses depois do nascimento deste blog eis o momento esperado por muitos… alguns… vá lá… por uns três ou quatro. A biografia de Tó do Samouco, figura incontornável da vila à beira Tejo.
Tó do Samouco nasceu no ano de Cristo de 1980, curiosamente, exactamente 38 anos e 152 dias depois de Eusébio e cinco anos e 142 dias antes de Cristiano Ronaldo. Não era o filho preferido de seus pais. A mãe queria uma menina, o pai um Mercedes 200 D, mas devido às ancas estreitas da mulher contentou-se com o rapaz.
Tó do Samouco era um miúdo pacato, não gostava de brincar com as outras crianças e preferia fazer os recados da mãe na mercearia da dona Almerinda. Gostava da forma como ela o encostava ao seu peito voluptuoso. Desde cedo que mostrou a sua queda para a literatura e sempre viveu entre os livros, até porque morava ao lado da biblioteca. Aos 17 anos lançou o seu primeiro livro e ganhou logo um prémio. Nunca no Samouco alguém tinha lançado uma obra tão longe e 27.8 metros foi um novo recorde na vila. As poucas (ou nenhumas) namoradas e as horas fechado no quarto permitiram-lhe desenvolver um braço musculado. Desde então, Tó do Samouco tornou-se no orgulho da terra. A confirmação do seu talento veio pouco depois. À semelhança dos grandes génios também Tó do Samouco possuía uma doença grave. Como a esquizofrenia já tinha sido ocupada pelo matemático John Nash, a surdez por Ludwig van Beethoven e uma doença degenerativa muscular por Stephen Hawking, Tó do Samouco ficou com o chamado TOC, transtorno obsessivo-compulsivo. Uma doença que o leva a lavar as mãos exactamente 52 vezes por dia e a verificar 15 se o carro está fechado. Ainda assim sobra-lhe tempo para o seu último projecto, o blog, na esperança que um dia alguém lhe pegue e o leve até ao cinema para que se torne num sucesso ao nível do Harry Potter. Aliás, Tó do Samouco sonha que seja o jovem feiticeiro a interpretar o seu próprio papel… ou então Stallone.

quarta-feira, dezembro 7

Regressei com uma piadola muito baixa

Os trabalhadores da Casa Pia estão hoje em greve pelas condições precárias de alguns trabalhadores e baixos vencimentos. Entre eles estava Carlos Silvino, Bibi para os amigos, que afirmou: «Trabalhei aqui tantos anos e só recebi miudos".


Foi boa a estadia no Alentejo, os ares do campo refrescaram-me as ideias com mais ordinarices e baixaria!