quinta-feira, novembro 3

Paris não tem verdadeiros bairros de emigrantes

Mais do que nunca Paris é a cidade Luz. Não tanto pela iluminação da Torre Eiffel ou do Arco do Triunfo, mas mais pelos cocktails molotov e granadas lançadas nos últimos dias. Ao que parece polícia e emigrantes andam à bulha porque morreram dois miúdos electrocutados numa central eléctrica quando se escondiam da polícia.
Acho que os emigrantes têm toda a razão, porque os rapazes não estavam a fazer mal a ninguém nem se estavam a esconder da polícia. Segundo sei faltou luz em casa dos miúdos e a mãe disse “olha vão lá trocar o fusível!” e como a instalação eléctrica é ilegal, tratando-se de uma puxada, os rapazes tiveram de ir directamente à central.
Ora mas emigrante que é emigrante a sério nem iria para Paris…viria para Portugal. A começar logo pelo nome dos bairros. É que em Paris até o nome dos bairros ilegais são chiques. Por exemplo, este local onde se têm dado os motins chama-se Clichy-sous-Bois. Mas isso é nome que se dê? Bem que podiam ter uma Cavité du Moura ou Couple Venteux, versões francesas da Cova da Moura e Casal Ventoso. Esses bairros do subúrbio de Paris devem ser tão chiques que acredito que nas roulotes de rua vendem-se coiratos e bifanas… mas em croissants. Em vez do habitual “sai um coóóóóóórato com pêlo” ouve-se “un croissant avec une petit tranche de porc si vous plait”.
Eu acredito piamente que os rapazes não fizeram nada, até porque quem fala uma língua tão abichanada como o francês não pode fazer mal a ninguém.
Mas também acredito que se fosse em Portugal estes distúrbios nunca aconteceriam. Quanto muito os emigrantes não fugiam e iam antes ao SIC 10 Horas apresentar as mazelas das agressões policiais. Aliás, com um pouco de sorte, diziam que nunca tinham roubado nada, mostravam-se prontos para colaborar com as autoridades e talvez conseguissem ganhar uma autarquia ou junta de freguesia, sobretudo no norte do país.

1 comentário:

Leididi disse...

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