quarta-feira, outubro 10

O que dizer?

O meu sobrinho tem 11 anos e, a meio de uma conversa de família naqueles momentos em que todos se calam de repente, saiu-se com esta: "Ó tio o que é a masturbação?"
Todos ficaram surpresos pela questão, de olhos abertos, mas eu questinonei-me mais pelo facto de ele o ter perguntado a mim. Porquê a mim? Será que, por alguma associação que me escapa, a criança pensou que eu seria um entendido na matéria? Escapei-me com um "o teu pai que te explique que está cá para essas coisas". Mas ainda lhe perguntei onde é que tinha ouvido falar em tal coisa. Respondeu-me que tinha sido num livro e que lá explicava que a masturbação serviria para, e passo a citar, "dar algum conforto ao pénis".
Ora aí está uma boa explicação e que até torna o acto mais justificável e menos conotado à taradice sexual. Se há quem precise de um bom colchão para o conforto da coluna é normal que também haja quem precise de um conforto no pénis. Aliás até soa melhor alguém virar-se para a sua companheira e dizer: "Joana apetecia-me algo. Conforta-me o pénis." "Com certeza senhor, quer com uma ou duas mãos?"
De qualquer modo, o meu jovem sobrinho apenas soube dizer que sabia que era qualquer coisa que se fazia com a mão. Menos mal, já esteve mais longe, apenas se enganou no movimento. Achava que era como quem aperta um objecto qualquer, como uma bomba de ar. Se calhar até não é mau, mas mais uma vez remeti explicações para o pai que, ao meu lado, já me olhava como quem diz "já me estás a lixar a vida toda". Espero ansiosamente o dia em que ele me diga com um sorriso "tio, já sei o que é a masturbação". Bonita esta idade da inocência e das descobertas, sem preocupações e grandes dramas onde facilmente o conforto da alma se associa a um conforto do pénis.

2 comentários:

Raquel disse...

Fica contente por não teres respondido! Em pleno almoço domingueiro a minha sobrinha (4 anos) perguntou-me, muito assustada, se ia ter uma coisa (palavras da piquena) no meio das pernas igual à do pai.. Foi um daqueles momentos em que parece que se faz silêncio e só se ouve uma pessoa a falar, que por azar foi a minha sobrinha com esta pergunta. Tudo olhou para mim, eu corei instantaneamente e o pai não foi pressas e fez-me um sinal de "agora desenrasca-te desta". Resumindo, tive de responde à pergunta em frente dos bisavós, tios ... tudo malta a modos que para o antigo. Foi interessante! A miúda absorveu tudo o que eu disse e no final soltou um "ufa, ainda bem que não vou ter!", quebrando-se assim o gelo com uma valente gargalhada.

Maria disse...

mas porque é que todos os gaiatos agora andam com isso na cabeça???